terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Os tweets desaparecidos de Anna Ardin

Göran Rudling

Imagens e relato dos comentários do Twitter apagados pela amante sueca de Julian Assange. Ela agora é apontada como tendo “vinculação com a CIA”


Uma das mulheres que denunciaram Julian Assange é Anna Ardin. Ela se apresentou como candidata a vereadora pelos socialdemocratas e é uma pessoa pública que pode ser investigada. Por isso publico seu nome.

Anna Ardin é cristã, feminista, socialdemocrata, ativista pelos direitos dos animais e anti-abortista de esquerda. Trabalhou antes como responsável pela igualdade no centro de estudantes da universidade de Uppsala. Agora trabalha no Movimento pela Irmandade [Associação de Cristãos Socialdemocratas]. Descreve a si mesma como “cientista política, comunicadora, empresária e escritora com um interesse especial em assuntos de igualdade, feminismo, fé, política e América Latina”

No sábado 14 de agosto, às 14h, Anna escreve em twitter.com/annaardin:



(Julian quer ir a uma mariscada. Alguém tem um par de lugares livres essa noite ou amanhã?)

Cedo na manhã do domingo 15 Anna escreve novamente no Twitter:



(São 2 da manhã, faz um pouco de frio e estou sentada do lado de fora com uma das pessoas mais simpáticas e inteligentes do mundo, é incrível!)

Ao mesmo tempo que Anna Ardin denuncia Julian Assange no dia 20 de agosto, esses comentários foram apagados de seu Twitter. Por que? Até onde eu sei não é comum que vítimas reais de violação apaguem seus blogs, limpem seus móveis e tentem fazer com que as testemunhas declarem mentiras.

Ao saber que, segundo a denúncia, a violação ocorreu na noite da sexta 13 de agosto, tudo se torna claro. Os comentários indicam que Anna Ardin realmente gostava de Julian, e que não havia ocorrido violação alguma na noite anterior. Nada se deduz desses comentários que ela via a Julian como um machista incapaz de aceitar um não. São mais uma demonstração do bem-estar de Anna nesse momento. Esses comentários não estão de acordo com o que ela declara à polícia no dia 20. Portanto, apaga-os, sem mais.


Provas de que Anna esconde a verdade

No começo de setembro notei que Anna dispunha de dois micro-blogs idênticos. Um no Twitter e outro no Bloggy.se. Aparentemente ela publica os comentários em ambos ao mesmo tempo. Mas os comentários que se apagam no Twitter se mantém no Bloggy.se. Anna não se deu conta de que devia apagar em ambos os micro-blogs. Má sorte.

Para confirmar que Anna Ardin realmente quer ocultar seus tweets, escrevi um comentário no artigo “Os heróis do Wikileaks também podem fazer trapaças”. Está publicado em Rebella, um blog feminista socialdemocrata no qual Anna escreve e é webmaster. No meu comentário escrevi sobre os tweets apagados. Cinco dias depois, em 13 de setembro, revisam meu comentário e o apagam imediatamente. Escrevo um novo comentário no qual informo que os tweets apagados podem ser lidos em annaardin.bloggy.se, mas o apagam no ato. Algumas horas depois todo o portal bloggy.se cai, e quando reaparece ás 4 da manhã de 14 de setembro, os tweets gêmeos também estão apagados ali.

O caso é que não é tão fácil apagar na internet como Anna acreditava. O Google toma imagens instantâneas de muitas páginas, chamadas cachê. A princípio se podia buscar os tweets de annaardin.bloggy.se e twitter.com/annaardin tal como se viam em 14 de agosto, embora logo o Google os apagou [coisa que em outros casos não ocorrem em anos].
Como podemos ver, Anna Ardin faz todo o possível para esconder seus comentários. Os quais levam a pensar que Julian Assange é inocente ao menos de um dos casos de “violação”. Parece que Anna luta por conseguir a condenação de Julian. Ao apagar e esconder circunstâncias atenuantes, talvez seja culpável de falso testemunho.

O caso Assange é ainda mais terrível se levamos em conta todo o ocorrido. Julian esteve no apartamento de Anna desde 11 até 19-20 de agosto. Durante esses dias, Anna y Julian têm relações sexuais. Ao redor de 18-19 de agosto, bate no apartamento de Anna uma mulher que quer falar com Julian. Quando Anna se dá conta de que Julian também tem relações sexuais com essa outra mulher, algo ocorre. As duas mulheres, ambas cristãs, ambas relacionadas com o Movimento da Irmandade e ambas presentes no seminário em que Julian falou, compreendem imediatamente que Julian não tem intenções sérias com nenhuma. Depois de uma conversa, decidem-se a denunciar Julian por violação.

Parece estranho que uma feminista cristã social democrata utilize a legalidade para se vingar de um homem “infiel”. Mas ao ler o artigo de Anna Ardin sobre A Vingança deixa de ser estranho. Anna pensou durante muito tempo sobre como se vingar de um homem que a tenha irritado, que lhe é infiel. Quando apareceu a outra mulher, apareceu também a possibilidade de realizar seus planos. Anna conseguiu que outra mulher a apoiasse em sua denúncia de violação. E logo obteve a ajuda de Claes Borgström [político social democrata e advogado de ambas as mulheres] que fez todo o possível para levar Julian a juízo, saudado com entusiasmo pelos blogs feministas.

Mas a verdade veio à luz. O perfeito sistema “sete passos para uma vingança legal” de Anna falhou. Que azar, Anna. Que azar. Os caminhos do senhor são insondáveis.

Me surpreende muito que mulheres cristãs, feministas, “igualitárias”, possam adorar tanto um herói do Wikileaks que fazem todo o possível para levá-lo à cama assim que podem. E logo, quando se dão conta que o interesse dele não é tão profundo como o delas, vão à polícia e o denunciam por violação. Isso mostra um desprezo extremo pelas mulheres que realmente são vítimas da violência masculina e de violação. Seu comportamento é imperdoável.

Se os fiscais finalmente determinarem que a denúncia é falsa, centenas de milhares de homens que afirmam que a maioria das denúncia de violação são falsas vão ter água em seus moinhos. Lamentavelmente também vão ter como conseqüência que às verdadeiras vítimas ficará ainda mais difícil obter reparação. Seria uma catástrofe.

Mas algo aprendemos desta história. Entenderemos que só porque alguém é cristão, feminista, socialdemocrata, ativista pelos direitos das mulheres e dos animais e anti-abortista não significa que alguém vê de forma igual mulheres e homens.

Fonte: La haine

2 comentários:

  1. Essas evidências são muito fortes pra provar a inocência do Julian, porém o único lugar em que vi isso foi aqui, cuja fonte original é esse site "La Haine". Gostaria de saber como está a divulgação dessas informações na mídia em geral aqui no Brasil e no mundo. Considerando-se que esses tweets tenham sido postados mesmo e tendo sido já apagados como fala a matéria, ainda tem alguma possibilidade de se provar que foram realmente escritos? E fora isso há outros indícios que as mulheres estão mentindo sobre os abusos?

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  2. André, infelizmente a midia não divulga e não divulgará tais informações. Já que ela está sob o comando do governo. Eles não querem que saibamos da inocencia do Julian Assange, para não acharmos bom o fato dele divulgar informações secretas.

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