quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

EUA queriam encontro como Brasil para discutir Irã

A aproximação entre os governos do Brasil e Irã preocupou consideravelmente os diplomatas norte-americanos em Brasília, que pediram encontros com o alto escalão brasileiro para discutir o assunto. A revelação foi feita pelo site WikiLeaks, segundo matéria publicada nesta quinta-feira no jornal “Folha de S. Paulo”.

O assunto foi esmiuçado em telegramas enviados pelos diplomatas americanos no Brasil à Secretaria de Estado em Washington. Em telegrama enviado no dia 6 de novembro de 2009, a ministra conselheira da embaixada americana, Lisa Kubiske, relatava encontros com membros do Itamaraty para tratar da viagem do iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil no fim daquele mês.

"O Brasil ainda não entende completamente a dinâmica que cerca o Irã e o Oriente Médio, e seu frenético esforço de se engajar com todos os atores da região aumenta o potencial de erros e de mal-entendidos", disse Kubiske

No mesmo documento, a diplomata fala abertamente sobre a necessidade de intervenção dos EUA no assunto "A missão renova seu pedido para que um especialista em Oriente Médio de Washington venha a Brasília se encontrar com altos funcionários da Presidência e do Itamaraty para apresentar a nossa visão."


Questão nuclear

Desde 2009 os Estados Unidos pressionam o Irã, suspeitando que o programa nuclear do regime islâmico tenha como objetivo a construção de arsenal nuclear. Os iranianos negam as acusações.

Em maio deste ano, o Brasil assinou com a Turquia e o Irã um acordo para que Teerã recebesse energia sem precisa enriquecer urânio em seu próprio território, o que poderia minimizar as desconfianças da comunidade internacional.

A iniciativa foi mal recebida pela Casa Branca, que liderou esforços para a aplicação de novas sanções a Teerã pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Segundo Kubiske, membros do Itamaraty dizem acreditar que o Irã não vai desistir do programa nuclear e que não duvidam de que ele tenha fim militar. Reforçam, porém, rejeição às sanções na ONU e a posição de que a única saída ao impasse são as negociações.

Fonte: eBand

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