"Agora que estou de volta à direção do barco, o nosso trabalho avançará de forma mais rápida", prometeu Julian Assange, ontem, um dia depois da sua libertação. Assume-se como vítima de uma campanha de difamação e pergunta: "Afinal, onde estão as provas?"
Com a mansão de Elligham Hall, Reino Unido, como cenário, num jardim coberto de neve, o australiano Julian Assange foi ao encontro dos jornalistas, descrevendo a sua situação atual como "uma prisão domiciliária de alta tecnologia". O fato não o impede de continuar a trabalhar no Wikileaks. "Mas, como viram na minha ausência, as coisas estão bem organizadas mesmo sem a minha participação direta", referiu.
A mais recente revelação do portal é sobre Hugo Chávez: o presidente da Venezuela terá facilitado a fuga de presumíveis membros da organização separatista basca ETA.
Determinado, Assange voltou a clamar inocência nos crimes sexuais de que é acusado. "Tem sido uma campanha de difamação falsa, mas com êxito. Contudo, tem os dias contados. As pessoas começarão a pensar que, se as acusações são verdadeiras, onde estão as provas?" - questionou. "Por que é que nem eu, nem os meus advogados receberam ainda quaisquer provas?".
Questionado acerca de ser o alvo de uma possível conspiração norte-americana, Assange reagiu dizendo que está a sofrer "investigação muito agressiva" e que, neste processo, "muitas pessoas perderam credibilidade.
Outras fazem carreira a perseguir famosos". Além disso, admitiu que "o maior risco é a extradição para os EUA. E parece cada vez mais grave e mais provável". Entretanto, no dia 11 de Janeiro, o tribunal pronuncia-se sobre a extradição para a Suécia, onde terão sido cometidos os crimes.
Acerca do soldado Bradley Manning, que está detido sob a suspeita de ser a fonte do Wikileaks, Assange manifestou preocupação. "O portal foi criado de forma a não saber quem são as fontes. Reparem que é o único acusado. Está numa situação muito difícil", comentou.
Note-se que, além de reunirem 280 mil euros para pagar a fiança de Assange, são várias as personalidades da vida acadêmica, política, científica e jornalística que se disponibilizaram, perante a Justiça, a testemunhar a favor da credibilidade de Julian Assange.
Fonte: Jornal de Notícias
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